CONTO DE AVENTURA 7°C - Gabrielle Lima

                       A menina do armário e os piratas 

Era uma tarde normal de 1980, eu estava voltando de um dia horrível na escola. Eu gostava de estudar, mas odiava meus colegas de classe. Eles não param um minuto quietos e vivem fazendo piadas sem graça comigo. Eu também não tinha nenhum amigo. Eu queria que todos eles morressem. Voltar para casa era a melhor parte do meu dia… Ou não. Eu tenho vários problemas com a minha família. Meus pais me chamam de preguiçosa, problemática e esquisita e é a mesma coisa com meus irmãos. Eu odeio muito eles. Então, eu abri a porta e minha mãe já começou a gritar comigo e me ofender por causa de eu não ter feito o jantar. Eu comecei a tentar me explicar e ela disse:

— Cala a boca e vai direto pro seu quarto! Já que você é uma preguiçosa que não faz nada, hoje você não vai jantar. 

  Então, corri pro meu quarto. Antigamente eu ficava triste pelas coisas que eles me falavam, mas hoje nem ligo. Deitei na minha cama e peguei o livro Romeu e Julieta porque tinha que fazer um trabalho sobre - eu acho esse livro uma grande chatice - e acabei pegando no sono enquanto lia. No meio da madrugada eu acordei com muita sede, então desci até a cozinha pra pegar um copo de água, mas no caminho eu achei um armário que nunca tinha visto antes e decidi abrir a porta, só que eu escutei vozes, então entrei rapidamente dentro do armário e começou a subir uma névoa branca e acabei meio que desmaiando. 

 Eu acordei num campo cheio de flores que por sinal eram lindas. Uma voz que parecia ser de criança começou a gritar, então eu saí correndo dali e fui seguindo a voz e cheguei ao lugar  de onde estava vindo a voz. Era uma menina de cabelo curto, ruiva dos olhos verdes, gritando com um cara que parecia ser um pirata. 

— Você não vai me capturar assim como fez com as outras crianças. — A garota disse. 

Então, fui tentar ajudar ela a sair daquele local. Peguei uma rede de pesca e joguei sem dó naqueles caras. Ela me viu e pegou no meu braço e saímos depressa dali.

— Muito obrigado por ter me salvado! Qual é seu nome? Meu nome é Atena assim como da deusa grega — Ela disse enquanto corria, mas com um sorriso no rosto. 

— Meu nome é Mathilda. — Eu disse. 

Então, a gente foi pra um tipo de esconderijo e a menina me contou o porque os piratas querem pegar ela e também contei sobre mim. Depois disso eu fiquei com muita raiva e disse: 

— Vamos resgatar as crianças, desses desgraçados. 

— E depois eu te ajudo a voltar pra sua casa. — Atena disse .

Ela e eu começamos nosso plano para salvar as crianças que estavam sendo obrigadas a limpar e cozinhar para aqueles nojentos. 

— É o seguinte, nós temos que deixar nos pegarem para a gente se infiltrar no navio e conseguir tirar as crianças de lá. — Eu disse.

— Ok. Amanhã mesmo vamos pôr esse plano em prática. Já está tarde, temos que dormir. — Ela falou isso enquanto colocava um pano no chão pra mim dormir. 

   Na manhã seguinte os piratas encontraram nosso covil e fomos levadas por eles até o navio. Nosso plano estava saindo perfeitamente. Chegando lá o capitão jogou a gente aonde estavam as outras crianças e nos mandou lavarmos suas roupas. Atena contou nosso plano bem baixinho para as crianças. Eu chamei o pirata que estava na frente da porta e disse que um menino estava passando mal devido ao calor que estava fazendo ali embaixo e quando ele entrou uma garotinha tacou uma garrafa em sua cabeça fazendo-o desmaiar na hora e nós amarramos ele. Subimos para a parte superior do navio, só que tinha um garoto muito desastrado que acabou deixando sua bolsa cair e acabou fazendo muito barulho e os piratas acabaram escutando o barulho e vieram atrás da gente. Então, ali começou a batalha de adultos contra crianças. As crianças, valentes, pegaram espadas reservas e começaram a jogar os tripulantes para fora do navio e eu e Atena fomos atrás do capitão. Fomos até a cabine principal e ele estava lá, e começamos a lutar com ele mesmo sem espada.

   Ele estava ganhando, mas conseguimos pegar uma espada e virar o jogo e saímos da cabine lutando com o capitão. E subimos na gurupés lutando com ele. Eu vi duas cordas e fiz contato visual e balancei a cabeça enquanto olhava pra corda e Atena, minha amiga, conseguiu pegar a espada dele e ele acabou se desequilibrando e caindo do navio, não dando tempo da gente o salvar. O capitão acabou caindo num ninho de tubarões e morrendo. 

 Depois daquilo tudo voltamos pra casa e as crianças me levaram a uma fada que fez um portal para eu voltar para minha realidade. 

— Tem certeza que não quer ficar? — Atena disse com uma voz triste. 

— Sim, eu gosto muito de vocês, mas tenho que voltar. Mesmo não gostando de mim eles são minha família. — Eu falei. 

  Todos me deram um abraço bem apertado e eu entrei dentro do portal. Acordei no armário de manhã e percebi que tudo aquilo era um sonho. Eu saí de dentro dali, me troquei e fui tomar café. Minha família estava legal comigo. Estranho! Fui pra escola e a professora disse que tinha uma aluna nova. Eu tomei um choque, ela era idêntica à Atena. 

— Querida se sente ali do lado de Mathilda. — A professora disse. 

Ela se sentou e me olhou e perguntou: 

- Oi, tudo bem? Meu nome é Atena. Em qual lição vocês pararam?

Aluna: Gabrielle Lima